Para algumas gerações a pandemia do coronavírus é algo novo e sem precedentes e, esperamos que muitas novas gerações não passem pelo que todos estamos passando.

Para muitos brasileiros representa um exercício de nervos de aço e para outros muitos representa a readequação nos seus estilos de vida. Infelizmente, estes dias que vivemos também representou um aumento no desemprego e um princípio de um desequilíbrio econômico decorrente da perda da renda de milhões de brasileiros.

A pandemia veio para todos sem olhar classe social, sem olhar cor da pele e sem olhar quem atingiu, simplesmente atingiu a todos nós.

Por um lado, isso nos ensinou a colocarmo-nos onde sempre deveríamos ter estado: em um estado de igualdade. Outro lado que esta quarentena nos conduz é olhar para o lado, para o próximo e cuidar daquele que desconhecemos como um dos nossos.

Mais que tudo, é importante que todos saiamos maiores do que entramos nessa crise. Com aprendizado, com fraternidade e com uma evolução em relação ao que éramos no dia anterior da quarentena. Ser positivo em dado momento, parece incauto, porém o que será o dia depois do fim da quarentena senão um novo dia para aquele suspiro e encarar uma possível nova realidade ?

Como contadores, não tínhamos como parar totalmente. Então respeitando a quarentena e as políticas de distanciamento social, continuamos trabalhando, o que para nós tem sido um grande aprendizado.

Por conta deste momento, nossa responsabilidade ultrapassava meramente a questão prestativa, mas também a necessária maior proximidade daqueles empreendedores que estão realmente salvando seus negócios e com isso, salvando empregos, amparando famílias e mantendo contributivamente seu quinhão de não deixar a economia brasileira ir de todo para o ralo.

O leviatã do Estado brasileiro não deixaria de cobrar o seu preço e não estamos falando meramente do “custo Brasil” que todo contador vive no dia a dia cuidando dos seus clientes, mas sim, falamos de não termos uma poupança própria para momentos como passamos, falamos de mais de milhões de brasileiros mais ainda desassistidos pelo Sistema Único de Saúde, falamos da burocracia antes da realidade e falamos dos interesses daqueles que estão no poder ou que dele dependam.

Esperamos que tudo isso nos tenha ensinado a aprender o valor da democracia de fato. Boas escolhas são sempre as mais difíceis.

Nosso olhar é para o dia depois do fim da quarentena. Afinal, antes de mais nada é o nosso futuro. Como no dilema da balança: não interessam as reclamações, as justificativas, as desculpas, ela simplesmente ignorará tudo e dirá o nosso peso. Então enfrentaremos, sem justificativas ou desculpas.

Sem perder as esperanças, a crise cria oportunidades como muito se diz. Esperamos que aquele cozinheiro de fim de semana, inicie seu negócio de entrega de marmitas.

Esperamos que o teletrabalho não seja mais um tabu para as empresas. Esperamos que trabalhabilidade fale mais alto do que empregabilidade. Esperamos que o poder público tome jeito reduzindo seu tamanho e qualifique seus investimentos para o nosso dinheiro valer mais.

Que ao olhar por esta crise no futuro, tenhamos orgulho das oportunidades que não deixamos passar depois de tudo que passamos.